Quem está confinado e assiste pela GloboNews a cobertura da tragédia que caiu sobre nós, o coronavírus, deve estar se sentindo bem informado. Não há dúvida que o canal à cabo de informação, líder de audiência, vem mantendo uma cobertura intensa, dia e noite. Mas confesso, sinceramente, que no meio da tarde de ontem, deu uma certa preguiça quando seus comentaristas começaram a discutir como vai ser o país com a participação do centrão no governo. Ninguém merece um país com a participação de alguns bandidos e muitos aproveitadores. Alguém precisava ter dito isso claramente. Senti falta.
Os comentaristas tão condicionados a ser situação, na hora de ser contra oposição – oposição? – gaguejam.
Tratam a busca de composição com o Centrão como se fosse uma profunda inflexão, como se o Bozo não fosse originário de lá, do mais baixo clero mais baixo.
Falam de seu programa de governo de nunca compor ou barganhar com tais grupos ou de fazer uma nova política (sem política?) como se não fosse mera conversa, mentira ou sintoma do autoritarismo com desejos de ditadura.
Um grande estelionato político foi a imprensa ocultando e mascarando o Bozo e muitos outros antes, durante e depois dele.
O chato é passar o dia inteiro ouvindo a ausência de informações como se fosse informação – Natuza arrodeando, Cristiane idem, Camarotti brincando com os malabares, Merval não dizendo nada, fazendo de conta que está dizendo tudo, prevendo o passado…
Claro, a cobertura é intensa, mas as discussões são mais insuficientes (muito mais insuficientes) do que as informações que nos são passadas, é preciso decifrar.
Agora, aguentar a leitura infinita de material em celulares é difícil, querendo passar a impressão – creio que você já falou isso – que é coisa quentinha, quentíssima e que há profunda intimidade com o poder ou bastidores, como dizem.
Talvez seja o caso de dizer: melhor que nada