Vai ficar na memória pessoas nas janelas batendo palmas, gritando obrigado, gracie, thank you, merci, gracias, dank para os bravos guerreiros da linha de frente. Vai ficar na memória os concertos solitários de violinistas anônimos, as máscaras do Corinthians, as mãos esfregando sabão uma na outra, a higienização das frutas e legumes, as imagens de macas saindo de ambulâncias, as centenas de covas nas primeiras páginas dos jornais. Vai ficar na memória o álcool gel, a lojinha que vende bolos em Pinheiros fechada, a multidão na periferia de São Luiz do Maranhão andando com máscara no queixo, o Mandetta dizendo uma coisa, o idiota dizendo outra, o Teich perdido como Travolta naquele meme, infectologistas na GloboNews, jornalistas em home office na frente de estantes de livros, palavras como assintomático, curva, pico, número de mortos, vacina, flexibilização, lockdown, informais, 600 reais, veio a óbito.Tudo isso vai ficar na memória se houver amanhã.